Avó Isaura
Páscoa
Chega a Páscoa e vêem as recordações, os cheiros, são coisas
que não se esquecem, marcam e andam connosco para sempre.
A minha avó tinha uma padaria, onde todos os filhos ajudavam
e onde os netos aproveitavam para brincar ou para fazer traquinices.
Recordar a padaria da minha avó faz-me sobretudo recordar a
Páscoa, época de muito trabalho para todos, inclusive para os meus pais que lá
ajudavam, depois do emprego e tendo já filhos para cuidar.
Recordo a minha avó sempre a ralhar quando eu “roubava” um
pouco de massa de regueifa ou o meu a gritar “Ó Isaura olha essa miúda que
ainda lhe dá alguma” para a alertar por eu estar a encher taças de massa de
pão-de-ló para comer, mesmo sem cozer.
Receitas bem guardadas de iguarias únicas que ainda hoje há
quem recorde como a “regueifa da ti Isaura” e quem diga que como aquela não há
igual. No entanto, quem ajudava na padaria também sabia as receitas e anos mais
tarde foram os meus tios e também os meus pais que começaram a amassar e a
cozer a dita regueifa.
Lembro os serões em
casa da minha mãe, enquanto o meu pai punha a bater o pão-de-ló, a minha tia
Gina e a minha mãe amassavam a regueifa, que precisava de ficar a levedar até
ao dia seguinte para depois ser cozida e finalmente comida. Que delícia! Que
saudades!
Essas mesmas receitas foram me dadas mais tarde pelo
meu pai, que as guardou religiosamente. Eu agradeço. Comecei
também eu a fazer as famosas receitas e o resultado não tem sido mau, diz quem
come.
A Páscoa para além da festa católica é mais um motivo para
nos sentarmos à mesa, seja para comer o cabrito ou para nos deliciarmos com
regueifa, pão-de-ló ou amêndoas.
E é com alguma pena minha que não vos posso mostrar as
maravilhas da minha avó, porque não tenho fotos.
Esta foto é uma relíquia
Estas agora são as minhas especialidades com as receitas da minha avó.
Deliciem-se
a padaria da nossa avo Isaura
ResponderEliminarVerdade primo, tenho pena é de não haver mais fotos....mas esta já dá para ver como aquele local nos marcou a todos!!!!
EliminarRecordo-me muito bem da padaria. Por alturas da Páscoa, apesar de os meus pais morarem na Régua, íamos sempre a Espinho. Partilho aqui mais um segredo, o vinho-do-porto que a receita de pão-de-ló da minha avó Isaura leva, naquele tempo vinha da Régua e era escolhido pelo meu avô paterno - o avô Baptista - com todo o cuidado. Saudades da infância e desses tempos !!!!
ResponderEliminarVerdade prima, são essas saudades e as lembranças que me fez fazer este poste....uma singela Homenagem à grande mulher que foi a nossa avó "Isaura".
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